- Luiza Machado Pontes
- 4 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de abr. de 2024
"Onde existe ansiedade, deve haver algo que se teme" (Freud)
A ansiedade é uma sensação comum que faz parte da vida de qualquer pessoa. Podemos dizer que a ansiedade envolve sentimentos de angústia, medo e preocupação frente a determinadas situações. É esperado se sentir ansiosa, por exemplo, antes de realizar uma prova, em uma entrevista de emprego, ao iniciar uma atividade nova ou antes de uma viagem importante.
Ou seja, diante de determinadas circunstâncias, é normal sentir ansiedade! De certa forma, ela cumpre a função de nos manter atentas e alertas, o que pode ser útil para nos proteger caso existam riscos reais ou mesmo incentivar maior planejamento e preparação a fim de minimizar contratempos. No entanto, a ansiedade pode ganhar proporções maiores e se tornar um problema mais grave.

Como saber se a ansiedade se tornou um problema na sua vida?
Primeiro ponto é avaliar a frequência, a intensidade e os prejuízos provocados pela ansiedade. Alguns sinais de que algo não vai bem são:
- Pensamentos intrusivos, ruminantes e/ou acelerados que interferem de maneira acentuada na qualidade do sono, na capacidade de trabalhar e nos relacionamentos interpessoais;
- Apresentar de forma persistente sintomas físicos como batimentos cardíacos acelerados, sudorese exagerada, falta de ar, sensação de tontura ou desmaio, naúsea, dor no estômago, tensão muscular, sem que exista uma razão aparente. Vale a pena investigar possíveis doenças orgânicas, efeitos colaterais do uso de medicamentos ou outras substâncias psicoativas;
- Esquivar-se de compromissos e isolar-se socialmente a fim de evitar situações que suscitem pensamentos ou sensações desagradáveis.
São apenas alguns dos sintomas que podem estar presentes em um transtorno de ansiedade. A identificação de tais sinais, contudo, é apenas a ponta do iceberg. A psicoterapia nessas situações é uma importante aliada, pois auxilia na compreensão dos fatores que desencadeiam tais reações. Conhecer a história de desenvolvimento pregressa bem como as condições do contexto atual (sociais, econômicas, ambientais, relacionais, trabalhistas etc) nos ajudam a ampliar o olhar sobre essa forma de sofrimento e também fornecem pistas para a construção de recursos e estratégias de enfrentamento.
É importante ressaltar que ainda estamos sofrendo os efeitos da pandemia que pode ser considerada como uma experiência traumática em nível global. As crises nas esferas política, econômica, social, cultural e ambiental não podem ser ignoradas, pois incidem de maneira dramática na forma como vivemos e também produzem impactos psíquicos e emocionais. A sensação de urgência, o medo do colapso ambiental e as preocupações diante de um futuro incerto foi nomeada ecoansiedade.
Apesar dos limites das ações individuais, a psicoterapia tem também a função de modificar a forma como percebemos a nós mesmos e as situações do entorno, ampliando nossa sensibilidade e nos dispondo a agir e a nos relacionar de outras maneiras.